Uma atuação singular

UMA ATUAÇÃO SINGULAR

Deborah Mello

Li uma pesquisa americana que direciona as empresas de maiores índices de crescimento, as quais tinham mulheres entre os seus executivos de ponta. Mostrava que, pela primeira vez, a diversidade de gêneros e o retorno financeiro estavam intimamente relacionados. Isso configura uma situação nova que nos faz pensar: e se tivéssemos mais mulheres nos conselhos diretivos? As belas demonstraram que têm capacidade, são mais persuasivas do que autoritárias e mais cooperadoras do que os homens.

Elas são mais detalhistas. Sabem ouvir e pensar. Têm habilidades que poderiam melhorar o Brasil. Talento para comunicarem-se, capacidade para ler o que não é verbal, sensibilidade emocional, empatia, paciência, faz e pensa diferentes coisas ao mesmo tempo, enxerga na frente. São cooperadoras, determinadas, intuitivas, motivadas e sempre buscam o consenso.

Desde o início da minha carreira profi ssional, enxergava alguns obstáculos para nós, mulheres. No entanto, conheci muitas profi ssionais, determinadas e capazes, fazendo com que eu vislumbrasse oportunidades, identifi cando minhas melhores habilidades. Conheci algumas que entraram no mercado de trabalho com muita disposição para vencer e conseguiram. Muitas, por questões familiares, estavam fora do mercado, mas superaram.

Elas falam e ouvem a linguagem da conexão e da intimidade. Os homens falam e ouvem a linguagem do status e da independência. As mulheres comunicam-se para criar relacionamentos, estimular a interação, trocar experiências e sentimentos.

Mesmo com uma diferença salarial 30% menor e a demora no tempo das promoções, comparado aos homens, elas não desanimam. Por isso é preciso estar atento ao mercado. Antecipar-se é essencial. Use a sensibilidade, seriedade e jogo de cintura que nós mulheres sabemos ter.

03 de janeiro de 2009 – Diário do Alto Tietê